segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Um esboço inacabado

Sem ti sou um corpo deambulando na vida;
Sou alma perdida no rio;
Sou projecto de essência;
Sou tentativa fracassada.

Com a tua ausência torno-me rude;
Torno-me escassa;
Torno-me a sonâmbula do mundo que me rodeia.


Contigo passo a existir;
Passo a acreditar;
Passo a ser um alguém com sentido e significado;
Passo a viver.

Sentindo-te comigo, apareço com nitidez;
Apareço como borrão destingido;
Apareço junto de quem me acolhe;
Apareço feliz.


"Semtigo" sou apenas um esboço. Um esboço inacabado e esquecido.

sábado, 6 de novembro de 2010

Conquista.

É necessária a luta, as horas perdidas de esforço, as noites mal passadas, a angústia sofrida, o desgaste psicológico... Tudo é necessário para a conquista, para qualquer tipo de conquista.

Quem conquista, conquista a valer: não conquista por conquistar nem por apenas ter algo conquistado; ter feito uma conquista.

Por conquistarmos o que pretendemos, merecemos consideração, respeito por aquilo que conquistámos.

Já que é feito com intenção (se não fosse, não teria sido, de modo algum, conquistado), devemos prolongar a sensação de conquista, reservar todas essas forças para que, quando mais tarde voltarmos a precisar, possamos reutilizá-las ou até reciclá-las, torná-las substância palpável, indícios das nossas próprias conquistas.

Para que a sintamos a longo prazo, temos de lhe fazer a manutenção: limpar o pó, retirar as teias de aranha, regar-lhe as raízes, arejá-la. Sobretudo, temos de revivê-la, partilhá-la, amá-la...

...pois quem não ama a sua conquista, então não conquistou nada.