terça-feira, 28 de dezembro de 2010

2010? 2011.

Foi um ano como os outros. 12 meses, dias com 24h, Inverno, Primavera, Verão, Outono, todos comemorámos aniversários, Carnaval, Páscoa, Natal.

É um pouco estúpido ser 2010 no dia 31 de Dezembro às 23:59.59 e 2011 a partir das 00:00.00. Mas ninguém se queixa e são feitas inúmeras festas, apanhadas "milhentas" bebedeiras, cometidas inconscientes loucuras. É o tal banal acontecimento (a passagem de um milésimo de segundo) que reúne corações, amizades, conhecimentos, copos, música, passas, desejos, planos... Tudo de maneira a concentrar um recheado ano num ponto abstracto de cada mente, analisá-lo, rever o que mais interessa, deitar fora o que não nos agrada.

Seria um acto consensual, se se utilizasse a recapitulação em proveito do crescimento pessoal - o que ninguém faz, apesar de muitos acharem que sim.


Que sejam aproveitadas as loucas noites e madrugadas, que se festejem as conquistas alcançadas, que se sorriam as felicidades, que se acarinhem as tristezas, que seja a vida muito amada...

Criem projectos para 2011, ponham-nos em prática e sejam muito bem sucedidos.

Um beijinho meu, um óptimo novo ciclo para todos. :)

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

O som...

O som que entra e revibra em mim, a melodia que me embala e hipnotiza, a letra que desabafa e sussurra...

Magnífica esta de Dave Matthews... Obrigada pelo pleno conforto...


terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Íris em arco.

O Mundo não é redondo.

Redonda é a bola chutada.

O Mundo é aproximadamente esférico.


O céu também não é azul.

"Azul" é uma palavra.

O céu está alto.


O sol nunca foi ou alguma vez será amarelo.

O sol é um astro:

um astro que brilha.



Mas eu sou amarelo, violeta, azul, verde,

cor-de-laranja, prateado, cinzento,

cor-de-rosa, vermelho ou castanho.


Sou feita de cores que existem,

sou constituída por...

complementada por iluminações coloridas.




O dia caracteriza a cor, a disponibilidade, a paciência.
Define a íris em arco que nos envolve.

Sem qualquer fim determinado

Tudo decorre no seu próprio compasso, no seu próprio passo; tudo enquanto eu vivo e penso, repenso e não ajo.

Tenho um propósito e vou apenas ser a sua assistente assídua. Deixar tudo acontecer, deixar que tudo me ultrapasse e não interferir no decurso natural do que existe.

Vou perguntando que horas são, quanto tempo falta, quando termina... Há-de haver o momento em que as horas são as certas, não há tempo que falta e tudo finalmente acaba.

Há-de chegar ou não. O meu fim esperado pode nem passar-me perto...

sábado, 4 de dezembro de 2010

É o fim.

Já vimos de tudo. Já tentámos para nada. Já fizemos e desfizemos asneiras. Já corremos contra o vento e já nos afundámos em conjunto.

Não dá. Como tudo o que existe, também isto tem uma razão. Demasiado (in)compatíveis, demasiada teimosia, demasiada inexistente paciência.

É o fim. É o Nosso fim, mas, para mim e para ti, é um final aberto...

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Tempestade

E, mais uma vez, o céu encheu-se de nuvens, o vento assobiou descomunalmente, as árvores fantasmagóricas esbracejaram ao som das folhas arrastadas.

A tempestade era, de cada vez que aparecia, mais intensa, mais robusta e exigente.

Nos tempos em que apenas ameaçava, ainda permitia a inexistência de um bom impermeável acompanhado de um simples chapéu-de-chuva.

O tempo, como Ser independente, seguiu a sua constante contagem, sem olhar a meios. E, lado a lado, andava com o frio, com a incerteza pluvial, com as poças de água que, outrora, seriam apenas mossas e depressões no solo.

O tempo foi sempre responsável, sempre cumpriu a sua escala, nunca faltou uma hora nem chegou alguma vez atrasado. Porém, o Inverno cerrado abriu uma falha no ciclo e corrompeu tudo o que se lhe atravessasse.

A chuva passou a granizo; a aragem metamorfoseou-se em ventania, em vendaval descontrolado; a terra virou lama; o sol escondeu-se; e o horizonte, o horizonte já não era horizonte; era, sim, abismo.


O chapéu não suportava toda a intensidade e arqueava. Arqueava até virar. O casaco deixou de ser "à prova de água" e ensopou-se à primeira gota.

A minha natureza perdeu as estribeiras e já não tem agora qualquer sentido...