quinta-feira, 29 de abril de 2010

Monotonia.

Quando tudo está perfeito, nada nos desconcentra.

Quando o perfeito se repete, deixa de ter significado.

Quando a repetição acaba, há uma valeta.

Quando a valeta chega ao fim, tudo normaliza.

Quando o normal é frequente, torna-se monótono.


Quando a monotonia acontece, nada nos anima...

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Ahhh...! Que alívio...!

Era daqueles dias em que, na noite anterior, tinha “enfardado” um excelente “Cozidinho à Portuguesa”, uma magnífica “Lagosta” e um inigualável “Pão-de-ló”.

Acordei cedinho com os roncos da minha zona abdominal. Para não fazer muita pressão nesse local, de modo a que não houvesse “estragos”, rebolei-me sobre o meu lado direito até à pontinha mais costeira da minha longa cama de casal. Alcançada a meta, empurrei as pernas, uma a uma, para fora do ninho. Já com metade do corpo de fora, mas sempre em posição rectilínea, tentei calçar as enormes pantufas cor-de-mel.

Vinha, de seguida, a acção mais complicada: pôr-me de pé. Fui escorregando, o mais horizontalmente possível, até só ficar apoiado pelos ombros na periferia direita do colchão. Com os braços dormentes e sem força, resultante de uma curta noite de sono, tentei erguer-me em direcção ao céu. Duas e três tentativas falhadas, mas, à décima quinta vez, consegui!

Com metade do objectivo cumprido e com o dobro da pressão intestinal, arrastei-me até ao segundo piso, a passinhos curtos para não dar azo a incidentes, em direcção à casa de banho. Cada degrau parecia-me mais alto do que o anterior; aquela escadaria não tinha fim! Agarrado ao corrimão com ambas as mãos, subi a última montanha.

No andar de cima, pouco faltava… Restava-me passar pelos três quartos de hóspedes, pela super-arrecadação, que mais se aproxima de um armazém, e pelo escritório pertencente ao pai, à mãe, ao primo, à tia, ao tio e sobrinhos e, por fim, ao canário.

Continuei a caminhada sempre hirto e de cara franzida.

Dobrando a esquina do escritório, avistei a porta de madeira-velha que se encontrava fechada. Marchei a passada estreita para a enfrentar.

Encostei-me à parede, de costas, sobre o interruptor, para um último suspiro de cansaço:

“-Ei! Quem apagou a luz?!?!” - ouviu-se de lá de dentro.

Rodei o puxador com vigor, puxando e empurrando aquela barreira para o meu tão esperando mundo:

“-Tem pena de mim!!! Despacha-te, quem quer que tu sejas!!!” – exigi ao “fantasma”.

Ouviu-se o autoclismo em alto e retinido som. Era o meu passaporte!!!


Muito lentamente, rodaram o puxador, no outro lado. Abriu-se a porta como nas casas assombradas, apenas faltava a musiquinha de terror…

Assim que vi um braço, puxei-o com força e entrei eu. Era a minha vez!

Tranquei a fechadura a sete chaves, abri a janelinha para que aquela fragrância desaparecesse e senti-me nas sete quintas…

Rita

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Um vazio...

Surpirei. Simplesmente, suspirei. Reflecti, desmanchei...


Com toda a alma a olho nu, assentei, pousei e ali fiquei... Gélida, ardente, calma, inconsciente...

Quis romper, não consegui. Quis tentar, quis recuar...

Não sabia porquê, ninguém me arrancava a razão. Estagnei...


Puxada a ferros senti o vento beijando-me a face húmida, impedindo a loucura de ser gente...

Suspirei, agarrei-me com garra, mas não foi o suficiente. Deluí novamente...

De coração frágil aberto para as facadas, não aguentei. Gritei!



Ouviu-se um estoiro, caiu-me o Mundo...


quinta-feira, 15 de abril de 2010

O Futuro do Mundo Depende de Nós

O Mundo nasceu. Foi "patinhado" por enormes seres hoje extinguidos. Surgiu o Homem. Perdeu-se o Mundo.

Algo se passa com a Humanidade, com a mente dos animais racionais tomados por "inteligentes"... Algo recuou com o avanço, algo avançou com o recuo...

Hoje, destrói-se "a nossa casa" por prazer, porque tem de ser! Ontem, nem electricidade havia.

Viveu-se bem, por cá... Sim, viveu. A natureza estava em paz... Vive-se mal, aqui, onde Humanos revoltam a pura tranquilidade, onde a raiva já dá sinal de si...

Queixam-se das cheias, das tempestades, dos furacões, das secas, do frio, de tudo! Pagam pela poluição, pela desflorestação, pelos derrubamentos, pelos fogos postos, pelo abuso, por tudo!

Ainda perguntam porquê? Ainda afirmam ser inocentes?


Não queiram expirar, não desejem acabar com o Mundo. Tenhamos pena, cuidemos e preservemos o que, não tarda muito, deixa de existir...

sábado, 10 de abril de 2010

Já?!

O Natal já fugiu, o Carnaval pouco durou, a Páscoa passou a correr... Já?!


Tirei estas férias para descanso mental. Até da escrita abdiquei. Precisava...

Segue-se o Inferno, o temível e mais que desejado 3º Período: o relax parcial. Os últimos dois meses...! Já?!


Nunca nenhum ano passou tão a correr... Costuma-se dizer: "O que é bom passa depressa.". Assim o é.



Gostava de reviver estes últimos tempos... Mas já afirmava o outro...



"O tempo não pára..."