domingo, 24 de julho de 2011

A rainha da noite.

Era de noite. Não de madrugada. Noite de passeata à noite.

A brisa era suave, o céu convidativo, o som ainda o era mais.

Estavam a mudar de posto, iam animar um público diferente a dez passos de distância. Erro o deles, a meu ver. Roubaram a noite de um alguém. Retiraram toda a atenção a este dirigida. Reforçaram o "virar costas" da gente algarvia e turista.

Fumeguei, entrei em desespero. As minhas pernas não me aguentavam de pé, o meu coração fugia-me do peito e as lágrimas começaram a surgir.

Vi a tocha a ser apagada com raiva e pressa. Com maior pressa e revolta estava o sujeito para quem a noite acabara. Um acotovelar e sussurro se seguiram.

A minha estabilidade estava derrotada.


Caminhei... De olhos postos no chão, caminhei.

Sentei-me numa cadeira de esplanada, tão fria quanto a minha alma naquele momento.

Os ladrões voltaram, animados como sempre, sem noção do que fizeram. Até tiveram piada, até têm bom espírito. Isto até aparecer uma Zé Ninguém. Uma coisa, que nem tem dignidade para ter um nome, tomou conta da audiência e dos artistas.

Repleta de genitais masculinhos a fazerem de acessórios, de máquina fotográfica e caneta na mão. Tudo enquanto cigarros e imperiais foram sendo aviados.



Resultado... O meu sono foi atribulado, com gritos assustados nos entretantos...


Que noite horrível.



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